Seguimos acompanhando a situação da Reforma Administrativa, que tem gerado grande preocupação entre concurseiros e servidores públicos. Com o texto já protocolado na Câmara dos Deputados, a repercussão negativa parece surtir efeito, levando a um recuo de parte dos parlamentares que anteriormente demonstravam apoio ao tema, que segue em destaque nas discussões políticas e que deve continuar movimentando o cenário legislativo.
A proposta, também conhecida como PEC 38/2025, apresenta um projeto de modernização do serviço público, mas traz pontos polêmicos que podem precarizar o serviço público. Entre os principais questionamentos, estão as mudanças nas formas de ingresso e o enfraquecimento da estabilidade dos servidores efetivos, o que poderia abrir espaço para maior rotatividade e influência política dentro dos órgãos públicos.
O movimento reforça a importância de que concursados e concurseiros se mantenham informados e participem do debate público. A proposta da Reforma Administrativa pode impactar diretamente o futuro das carreiras públicas e as oportunidades em concursos. Se você quer entender melhor o que está acontecendo, continue a leitura e saiba os detalhes da Reforma Administrativa.
Índice
Reforma Administrativa enfraquecida
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 38/2025, conhecida como Reforma Administrativa, parece ter perdido força dentro do Congresso Nacional.
Apesar de ter sido protocolada na Semana do Servidor Público, o que gerou protestos e manifestações de sindicatos e entidades representativas, o cenário político começou a mudar rapidamente após a repercussão negativa da proposta.
Após forte pressão popular e sindical, mais de dez deputados de diferentes partidos apresentaram requerimentos de retirada de suas assinaturas, pedindo para deixar de apoiar a PEC.
Nas justificativas apresentadas, muitos parlamentares afirmaram ter mudado de posição após o impacto das manifestações e das críticas de especialistas e servidores públicos, que apontaram riscos de precarização das carreiras e ameaças à estabilidade.
Essa retirada de apoio tem um efeito político significativo. Uma vez protocolada, uma PEC só pode ser invalidada se mais da metade dos signatários originais retirarem suas assinaturas. Ou seja, seriam necessários ao menos 86 deputados para inviabilizar formalmente a proposta.
Dessa forma, o movimento atual demonstra que a Reforma Administrativa enfrenta resistência crescente dentro do Legislativo. A pressão social, as mobilizações de sindicatos e o debate público sobre os impactos da medida têm enfraquecido a PEC, que agora encontra dificuldade para manter consenso entre as bancadas.
De acordo com dados parciais divulgados no portal da Câmara dos Deputados, 96% dos participantes de uma consulta pública se manifestaram totalmente contrários à proposta, reforçando que o descontentamento é amplo e tem impacto direto sobre as decisões políticas.

O que deve acontecer com a Reforma Administrativa?
O futuro da Reforma Administrativa, ou PEC 38/2025, segue incerto no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem estudado formas de agilizar a tramitação da proposta.
Uma das alternativas avaliadas por Motta seria incluir o texto da Reforma Administrativa em outra PEC semelhante, que se encontra em estágio mais avançado. Essa estratégia permitiria levar a proposta diretamente ao Plenário, sem necessidade de análise prévia pelas comissões.
Apesar disso, nos bastidores da Câmara predomina a percepção de que a PEC dificilmente avançará em 2025. Deputados avaliam que o ambiente político atual é desfavorável e que a proposta não teria votos suficientes para ser aprovada.
Entre as principais avaliações dentro do Congresso, parte dos deputados acredita que o tema só deverá ser retomado em 2027, após o período eleitoral de 2026. A justificativa é que o próximo ano será marcado por disputas intensas de pautas políticas e eleitorais, o que ofuscaria discussões impopulares, como a da Reforma Administrativa.
Por outro lado, um grupo menor de parlamentares defende que o texto poderia avançar ainda no primeiro semestre de 2026, caso Hugo Motta consiga mobilizar apoio suficiente e demonstrar força política para conduzir a proposta.
Até o momento, não há consenso entre as bancadas, e o centrão (bloco de partidos com grande peso nas votações da Câmara) deve ser decisivo na definição dos próximos passos.
Pontos polêmicos da PEC 38/2025
A PEC 38/2025 propõe mudanças profundas na estrutura e no funcionamento do serviço público brasileiro, especialmente nas regras de ingresso, progressão e avaliação de desempenho dos servidores.
Embora mantenha parte da estabilidade, a proposta introduz condicionantes e novos critérios de avaliação, o que pode transformar a dinâmica das carreiras públicas e afetar diretamente o futuro dos concursos.
Um dos pontos mais discutidos da PEC é a manutenção da estabilidade, mas com novas exigências. O texto prevê que o servidor público só manterá a estabilidade mediante avaliações periódicas de desempenho. Além disso, o estágio probatório será reformulado, permitindo a exoneração do servidor caso ele seja considerado inapto durante o período de avaliação.
A progressão funcional e o pagamento de bônus também passam a depender de indicadores de produtividade e governança, vinculados ao novo modelo de gestão por resultados. Para os defensores da proposta, isso representa um avanço em meritocracia; já os críticos alertam que a medida pode ser usada como instrumento de pressão política ou gerar insegurança funcional.
O texto final da PEC retirou a proposta original do vínculo estatutário temporário de até 10 anos, que limitaria a estabilidade ao período de contratação. Contudo, ainda mantém brechas para contratações temporárias e cargos comissionados, o que pode permitir substituição de servidores concursados por profissionais sem concurso público.
A proposta também altera os critérios de progressão funcional e de remuneração, criando novos modelos de promoção baseados em desempenho individual e metas institucionais. Isso pode significar menos oportunidades de ascensão e, consequentemente, redução na abertura de novos editais.
O pagamento de bônus e gratificações ficará atrelado ao desempenho do servidor e à situação fiscal do órgão, o que pode gerar desigualdade entre carreiras, já que instituições com mais recursos poderão oferecer melhores benefícios do que outras.
Caso a PEC 38/2025 seja aprovada como está, os concursos públicos poderão se tornar menos recorrentes, com processos seletivos mais restritos e pontuais.
A proposta, embora defendida como uma modernização da máquina pública, continua sendo vista por como um risco para a estabilidade, a transparência e o acesso democrático ao serviço público.
Em nosso portal, você encontra um artigo completo explicando os impactos da Reforma Administrativa, suas origens e as possíveis consequências para quem sonha em ingressar no funcionalismo.
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