O mês de outubro é marcado pela cor rosa em todo o mundo! Isso porque o Outubro Rosa é uma campanha de conscientização voltada para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama — uma das doenças que mais afetam as mulheres. Criada nos anos 1990, a iniciativa tem o objetivo de alertar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde e o acesso à informação correta.
Durante esse período, diversas ações são realizadas para incentivar a realização de exames preventivos, como a mamografia, além de promover a educação sobre fatores de risco e hábitos que ajudam na prevenção. No entanto, junto com o aumento das conversas sobre o tema, também circulam muitos mitos que podem gerar medo e desinformação.
Pensando nisso, reunimos 10 mitos e verdades sobre o câncer de mama com base em informações de especialistas e órgãos de saúde, para esclarecer as principais dúvidas. Além disso, poucas pessoas sabem, mas servidoras que recebem esse diagnóstico contam com direitos importantes garantidos por lei. Confira todos os detalhes a seguir!
Índice
Outubro Rosa: Mitos sobre o câncer de mama
Apesar de muito se falar sobre o câncer de mama, ainda existem ideias equivocadas sobre a doença. Confira os 10 mitos mais comuns:
O câncer de mama sempre causa dor
Mito. O câncer de mama geralmente não provoca dor nas fases iniciais. A ausência de dor não significa ausência da doença, portanto, qualquer alteração nas mamas deve ser avaliada por um médico.
Só mulheres mais velhas desenvolvem a doença
Mito. Embora o risco aumente com a idade, mulheres jovens também podem ser diagnosticadas. Fatores genéticos e hormonais podem contribuir para o surgimento do câncer em idades mais precoces.
Quem não tem histórico familiar está livre do câncer
Mito. A maioria dos casos ocorre em mulheres sem histórico familiar. Apenas cerca de 5% a 10% dos diagnósticos estão relacionados à hereditariedade.
O uso de desodorante antitranspirante causa câncer
Mito. Não existe comprovação científica que relacione o alumínio presente em desodorantes ao desenvolvimento da doença. O uso é considerado seguro, segundo a Anvisa e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pancadas no seio podem causar câncer
Mito. Uma pancada pode causar dor ou hematoma, mas não provoca o aparecimento do câncer. O que pode acontecer é que o trauma leve a mulher a perceber um nódulo que já estava ali.
Sutiã apertado causa câncer
Mito. O sutiã pode causar desconforto, mas não tem relação com o surgimento do câncer de mama. Essa crença é antiga e sem base científica.
Todos os nódulos são malignos
Mito. A maioria dos nódulos encontrados nas mamas é benigna, especialmente entre mulheres jovens. Ainda assim, é importante investigar qualquer alteração.
Prótese de silicone aumenta o risco de câncer
Mito. A prótese de silicone não causa câncer de mama. Existe um tipo raro de linfoma associado ao implante, mas é diferente do carcinoma mamário comum.
O tamanho dos seios interfere no risco
Mito. O tamanho da mama não influencia nas chances de ter câncer. O que importa é a quantidade de tecido mamário e os fatores genéticos e hormonais de cada pessoa.
Fazer autoexame substitui a mamografia
Mito. O autoexame ajuda na autopercepção das mamas, mas não substitui a mamografia, que é o exame capaz de identificar lesões ainda não palpáveis.
Outubro Rosa: Verdades sobre o câncer de mama
Agora que já desmistificamos alguns equívocos, é hora de destacar o que realmente é verdade. A informação correta é uma aliada poderosa para salvar vidas. Confira 10 verdades:
A mamografia é o principal exame de rastreamento
Verdade. A mamografia detecta tumores pequenos, aumentando as chances de cura. O exame é indicado anualmente para mulheres a partir dos 40 anos ou conforme recomendação médica.
Amamentar ajuda a prevenir o câncer de mama
Verdade. A amamentação reduz a exposição a hormônios ligados ao desenvolvimento de tumores e ainda estimula a renovação celular das mamas.
Atividade física regular diminui o risco
Verdade. Praticar exercícios regularmente ajuda a controlar o peso, os hormônios e melhora o sistema imunológico, reduzindo o risco de desenvolver câncer de mama.
Uma alimentação saudável é fundamental
Verdade. Dietas equilibradas, com frutas, verduras e alimentos naturais, ajudam a proteger o organismo. O excesso de gordura e açúcar pode contribuir para o surgimento da doença.
O álcool aumenta as chances de câncer
Verdade. Mesmo pequenas quantidades de álcool podem elevar o risco. A recomendação é reduzir o consumo ou evitá-lo totalmente.
Fumar é um fator de risco
Verdade. O tabagismo é um dos principais fatores de risco para vários tipos de câncer, incluindo o de mama. Abandonar o cigarro é uma medida preventiva importante.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura
Verdade. Quando identificado no início, o câncer de mama tem até 95% de chance de cura, de acordo com o INCA. Por isso, a realização dos exames de rotina é essencial.
Homens também podem desenvolver câncer de mama
Verdade. Embora raro, o câncer de mama também acomete homens, especialmente aqueles com histórico familiar da doença ou alterações genéticas.
Reposição hormonal pode aumentar o risco
Verdade. O uso de terapia hormonal deve ser sempre acompanhado por um médico, pois pode elevar o risco de câncer de mama em alguns casos.
O câncer de mama tem tratamento e cura
Verdade. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria dos casos tem cura. O acompanhamento médico é essencial em todas as fases da doença.

Direitos das servidoras públicas com diagnóstico
Além da conscientização, o Outubro Rosa também reforça a importância da proteção legal às mulheres que enfrentam o câncer de mama. As servidoras públicas contam com direitos assegurados por leis federais, estaduais e municipais, que garantem estabilidade, dignidade e segurança durante o tratamento.
Entre os principais direitos estão:
- Licença para tratamento de saúde: a servidora pode se afastar do trabalho pelo tempo necessário, com remuneração integral, mediante laudo médico oficial emitido por junta médica ou perícia.
- Readaptação de função: se a doença causar limitações que impeçam o exercício das funções originais, a servidora tem direito à readaptação para outro cargo compatível, sem perda salarial.
- Aposentadoria por invalidez com proventos integrais: nos casos em que a doença gera incapacidade total e permanente para o trabalho, a servidora pode se aposentar com proventos integrais, conforme o artigo 186 da Lei nº 8.112/1990.
- Redução de jornada ou trabalho remoto: algumas legislações estaduais e municipais garantem às servidoras a possibilidade de redução da carga horária ou atuação em regime remoto durante o tratamento, mediante avaliação médica.
- Estabilidade no cargo e proteção contra discriminação: é proibida qualquer forma de discriminação, rebaixamento, remoção ou demissão em razão do diagnóstico.
- Acesso a benefícios previdenciários: servidoras vinculadas ao Regime Geral de Previdência Social (INSS) ou a regimes próprios têm direito a auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, com isenção de carência para doenças graves como o câncer.
Direitos das pacientes
As pacientes com câncer de mama, sejam servidoras públicas ou não, também possuem uma série de direitos assegurados por leis federais. Esses benefícios garantem tratamento digno, rápido e gratuito, além de apoio financeiro e social.
Entre os principais direitos estão:
- Tratamento pelo SUS em até 60 dias: a Lei nº 12.732/2012 determina que o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) deve começar em até 60 dias após o diagnóstico, garantindo agilidade na assistência médica.
- Cirurgia de reconstrução mamária: a Lei nº 9.797/1999 garante o direito à cirurgia plástica reconstrutiva da mama pelo SUS ou plano de saúde, nos casos de mutilação total ou parcial.
- Isenção do Imposto de Renda (IR): pacientes aposentadas, pensionistas ou reformadas têm direito à isenção do IR sobre os proventos, conforme o artigo 6º da Lei nº 7.713/1988.
- Isenção de impostos na compra de veículos: pessoas com câncer de mama podem ter direito à isenção de IPI, ICMS, IPVA e IOF na compra de veículos, desde que cumpram os requisitos legais e apresentem laudo médico.
- Saque do FGTS e do PIS/PASEP: o trabalhador diagnosticado com câncer pode sacar integralmente o saldo do FGTS e do PIS/PASEP, mediante comprovação médica da doença.
- Prioridade no atendimento e tramitação de processos: pacientes com câncer têm direito a atendimento preferencial em órgãos públicos e privados, além de prioridade na tramitação de processos judiciais e administrativos (Lei nº 12.008/2009).
- Benefícios previdenciários: pacientes que contribuem para o INSS têm direito ao auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, com dispensa do período de carência exigido para outras doenças.
- Gratuidade no transporte público: em alguns estados e municípios, pacientes em tratamento oncológico têm direito à gratuidade ou desconto no transporte coletivo, mediante apresentação de laudo médico.
- Atendimento psicológico e suporte social: o SUS e redes municipais de saúde oferecem acompanhamento psicológico e grupos de apoio para auxiliar na recuperação emocional.
- Acesso gratuito a medicamentos: o SUS fornece medicamentos necessários ao tratamento do câncer de mama, incluindo remédios orais usados em terapias específicas.