A nova proposta da reforma administrativa promete transformar a forma como os concursos públicos são realizados em todo o país! De acordo com o relator do grupo de trabalho responsável pelo projeto, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), a iniciativa incluirá a criação de um CNU Estadual, com o objetivo de unificar a seleção de servidores também nos estados e municípios.
As medidas devem ser apresentadas oficialmente em agosto, logo após o recesso parlamentar, em um pacote que trará três anteprojetos: uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei Complementar (PLC) e um Projeto de Lei Ordinária. Antes do envio formal, o texto passará por rodadas de discussão com líderes partidários para amadurecimento político.
A expectativa é que a nova reforma administrativa modernize a administração pública sem retirar direitos dos servidores, focando na eficiência, digitalização e transparência dos serviços prestados à população. Confira, a seguir, os principais pontos da proposta!
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CNU Estadual será integrado à nova proposta
Entre os principais destaques da proposta está a criação do CNU Estadual, uma ampliação do atual modelo do Concurso Nacional Unificado para que também contemple seleções em nível estadual e municipal. A medida busca padronizar e facilitar os processos de admissão no serviço público, reduzindo custos e garantindo maior transparência.
Além da unificação dos concursos, também está prevista a criação de um cadastro nacional para contratações temporárias, o que poderá ser adotado por todos os entes federativos. Essa base servirá como referência para contratações mais ágeis, mantendo critérios técnicos e objetivos.
A iniciativa já vem sendo discutida com representantes dos estados. Durante audiência pública na Câmara, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad), Samuel Nascimento, reforçou a importância da inclusão dos entes federativos no modelo unificado.
Reforma foca em modernização, sem corte de direitos
De acordo com o relator, a proposta não trará qualquer medida de retirada de direitos dos atuais servidores. Estabilidade, estrutura de carreira e outros benefícios serão mantidos. A reforma pretende, segundo ele, valorizar o servidor como agente fundamental da transformação do serviço público.
Entre os pontos a serem apresentados estão temas como a criação de uma identidade única para servidores, obrigatoriedade de atos digitais, planejamento estratégico, metas com bônus por desempenho e novas regras para progressão funcional baseada em mérito.
A proposta também prevê a criação de uma tabela nacional de remuneração, com transição de até dez anos para a unificação das carreiras e dos salários no serviço público.
Próximos passos: debates e protocolo oficial em agosto
Pedro Paulo informou que os textos já foram apresentados de forma preliminar aos líderes da Câmara e que as próximas semanas serão dedicadas a discussões técnicas e políticas, antes da apresentação oficial ao Congresso.
Durante o recesso legislativo, entre 18 e 31 de julho, o relator pretende intensificar o diálogo com parlamentares para evitar erros de versões anteriores, como a PEC 32, totalmente descartada na nova proposta. Segundo ele, é essencial garantir maturidade política antes da divulgação do conteúdo final.
Com a nova reforma administrativa, o governo pretende instituir uma política pública permanente para concursos, estimular a digitalização e aperfeiçoar mecanismos de ingresso no setor público. A implantação do CNU Estadual se insere nesse contexto como uma medida estratégica e de longo alcance para modernizar a seleção de servidores em todas as esferas do governo.
Panorama do CNU 2025
O CNU 2025 já tem edital publicado e promete ser a maior seleção pública do país neste ano. Sob responsabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV), o concurso reúne 3.652 vagas distribuídas entre 32 órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, contemplando carreiras de nível médio e superior.
Os cargos foram organizados em blocos temáticos, agrupando áreas de atuação semelhantes para facilitar o processo seletivo e garantir maior eficiência na alocação dos candidatos. Confira a seguir a distribuição de vagas por bloco:
- Bloco 1 – Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência): 789 vagas
- Bloco 2 – Cultura e Educação: 130 vagas
- Bloco 3 – Ciências, Dados e Tecnologia: 212 vagas
- Bloco 4 – Engenharias e Arquitetura: 306 vagas
- Bloco 5 – Administração Pública e Governança: 1.171 vagas
- Bloco 6 – Desenvolvimento Socioeconômico: 286 vagas
- Bloco 7 – Justiça e Defesa do Estado: 250 vagas
- Bloco 8 – Apoio Técnico em Saúde (nível intermediário): 168 vagas
- Bloco 9 – Regulação e Infraestrutura (nível intermediário): 340 vagas
Os salários iniciais oferecidos variam de acordo com o cargo, podendo chegar a R$ 17.726,42 em algumas carreiras de nível superior.
Inscrições
Os candidatos interessados devem se inscrever diretamente no site da FGV, banca organizadora do CNU, no período de 2 a 20 de julho de 2025. Para confirmar a participação, é necessário efetuar o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 70,00.
Estrutura das provas objetivas
As provas objetivas do CNU 2025 serão aplicadas de forma unificada em todo o país, no dia 5 de outubro, com estrutura diferenciada conforme o nível de escolaridade:
Nível superior
- 90 questões de múltipla escolha (30 de conhecimentos gerais + 60 de conhecimentos específicos)
- Horário: das 13h às 18h (duração de 5 horas)
Nível médio
- 68 questões de múltipla escolha (20 de conhecimentos gerais + 48 de conhecimentos específicos)
- Horário: das 13h às 16h30 (duração de 3h30)
Provas discursivas: datas e formato
Além das provas objetivas, o processo seletivo contará com avaliações discursivas, marcadas para o dia 7 de dezembro:
Nível superior
- 2 questões discursivas
- Horário: das 13h às 16h (3 horas de duração)
Nível médio
- 1 redação dissertativa-argumentativa
- Horário: das 13h às 15h (2 horas de duração)